Pessoas com deficiências buscam vez e voz nas eleições municipais
Apenas 7 assumem publicamente suas deficiências e propõem pautas claras de acessibilidade e inclusão em seus planos de governo.
Na disputa por uma vaga na Câmara de Cuiabá, entre os 18 candidatos que se identificam como pessoas com deficiência (PCD), apenas 7 assumem publicamente suas deficiências e propõem pautas claras de acessibilidade e inclusão em seus planos de governo.
O levantamento feito pela Gazeta, usou dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e consultou todos os candidatos cuiabanos com deficiência. A maioria não apresentou propostas de inclusão claras e outra parte não respondeu aos contatos. Veja os candidatos que trataram do assunto:
Adrya Almeida Souza (União), diagnosticada como autista nível 1 de suporte, revelou sua condição após um processo de investigação do transtorno no seu filho. Ela vê sua candidatura como uma oportunidade de transformar desafios pessoais em ações políticas que defendam os direitos das pessoas neurodivergentes.
Odair Medeiros (DC), cadeirante há quase 30 anos devido a um acidente, destaca a necessidade urgente de Cuiabá se tornar uma cidade mais acessível para todos. Estou dia após dia indo ao encontro dos nossos eleitores, ouvindo a população e tentando reunir todos os clamores, diz Odair.
Frank Antônio Garcia Duarte (PSD) perdeu grande parte da visão esquerda após um deslocamento de retina e, desde então, tem lidado com as dificuldades de viver com baixa visão. Frank acredita que a acessibilidade não deveria ser uma bandeira, mas uma realidade já implementada em todas as obras e projetos da cidade.
Giliane Tainá Alves da Cruz Neves (PDT), após um acidente que resultou na perda parcial definitiva do uso de seu braço direito, enfatiza a importância de criar oportunidades para pessoas com deficiência. Tem muitas deficiências que não são visíveis aos olhos, destaca Giliane, que quer desenvolver projetos sociais focados em profissionalização e empreendedorismo para crianças, mães e mulheres.
Andrico Xavier (PL) se comprometeu a lutar por uma Cuiabá mais inclusiva e acolhedora. Vou trabalhar incansavelmente para fazer a diferença e garantir que todos os cidadãos tenham seus direitos e necessidades atendidos, promete Andrico, que quer construir uma comunidade mais justa e com igualdade de oportunidades para todos, especialmente para as pessoas com deficiência.
Rubinho da Guia (PDT), que já tentou se eleger em outras três eleições, vê na educação inclusiva a chave para transformar Cuiabá. Quero ver nossas escolas preparadas, nossos professores valorizados e nossas crianças sonhando alto, diz Rubinho, que diariamente enfrenta os desafios impostos por sua deficiência física.
Dr. Marcione (PMB) que é cadeirante informou que levantou um plano de governo junto à comunidade e pontuou que pretende propor a criação de um banco de dados sobre pessoas com deficiência em Cuiabá. Além disso, apontou que lutará para destinar 30% das emendas obrigatórias para apoio a instituições de deficiência, uma secretaria municipal da inclusão e capacitar setores públicos no atendimento especializado.
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