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Juiz nega ação de delegado contra vereador que ameaçou compartilhar mais vídeos

Por isso, entre outros pedidos, o delegado buscava a suspensão do registro da candidatura do vereador.

Juiz nega ação de delegado contra vereador que ameaçou compartilhar mais vídeos
Juiz nega ação de delegado contra vereador que ameaçou compartilhar mais vídeos (Foto: Reprodução)

O juiz eleitoral Romeu da Cunha Gomes, da 56ª Zona Eleitoral de Brasnorte, rejeitou uma ação ajuizada pela coligação do delegado Eric Fantin (PL), candidato a prefeito de Brasnorte (579 km ao noroeste de Cuiabá), contra o vereador Reginaldo Martins Ribeiro, o Reginaldo Carreirinha, que tenta a reeleição. Ele teria ameaçado compartilhar outros vídeos em que Fantin, supostamente, aparece tendo relação com mulheres casadas. Por isso, entre outros pedidos, o delegado buscava a suspensão do registro da candidatura do vereador.

A Coligação Coragem para Mudar ajuizou uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra Reginaldo, relatando que ele estava utilizando a tribuna da Câmara Municipal “para disseminar falsas informações e, dentre elas, a de que possui diversos vídeos pornográficos nos quais o candidato Eric Fantin mantém relações sexuais com mulheres casadas e cidadãos do Município de Brasnorte”.

Acusou o parlamentar de utilizar de desinformação para manipular a opinião pública, manchar a imagem do delegado e influenciar o resultado das eleições. Alegou que Reginaldo tem cometido abuso de poder político.

Com base nisso, pediu a apreensão do celular do vereador (e outros aparelhos eletrônicos dele), a quebra do sigilo dos dados armazenados no aparelho, assim como que ele seja impedido de publicar novamente o conteúdo em qualquer plataforma digital. Além disso, requereu que a Câmara remova os vídeos de suas páginas e publicações, assim como que seja suspenso o registro de candidatura de Reginaldo.

No último dia 29 de agosto, o autor da ação comunicou que “vídeos foram vazados” e afirmou que a divulgação foi feita pelo vereador, sendo que o presidente do partido de Reginaldo estaria propagando nas redes sociais que seriam divulgados novos vídeos.

Ao analisar o caso o magistrado concluiu que não cabe AIJE, “porque o fato de o representado ter, ou não, em seu aparelho telefônico conteúdo pornográfico do candidato Eric repercute nas esferas criminal e cível, mas, ‘per si’, não se relaciona com o abuso de poder político, que é o objeto propriamente dito do presente feito”.

Ele explicou que abuso de poder político é caracterizado pela utilização da função pública para influenciar o comportamento eleitoral, porém, “não é o que se verifica nos vídeos que se encontram publicados na rede social da Câmara de Vereadores de Brasnorte, porque, embora o representado critique intensamente o candidato Eric, não se pode extrair que o uso da fala pelo parlamentar caracterize abuso do poder político”.

Sobre a remoção dos vídeos, o juiz pontuou que a existência deles não interfere no julgamento desta ação que, ele reforçou, trata sobre abuso de poder político.

“Não verifico (...) a presença de probabilidade do direito quanto ao pedido de determinação de remoção dos vídeos em que o representado faz o uso da palavra na sessão da Câmara de Vereadores. Repito que, neste momento, não há demonstração da relação das medidas pretendidas com o suposto abuso do poder político. (...) Quanto ao pedido de suspensão do registro de candidatura do representado, mostra-se incabível, porque seria uma medida irreversível”.

Já sobre os supostos áudios do presidente do partido de Reginaldo, o magistrado verificou que a coligação do delegado não apresentou provas de quem seria, de fato, o autor das mensagens. Entretanto, o juiz determinou o encaminhamento de cópia dos autos à polícia, para que investigue as denúncias.

O caso

Na semana passada, o delegado Eric Fantin teve um vídeo íntimo com uma mulher vazado na internet. A princípio negou que seria ele nas imagens, porém depois se manifestou nas redes sociais pedindo perdão.

Na gravação, Eric alega que a garota teria recebido dinheiro para gravar o conteúdo e espalhar na internet. O delegado, que é casado, ainda alegou que a situação ocorreu enquanto ele enfrentava uma crise no relacionamento.

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